Governo romeno acusa TikTok de promover candidatura da extrema direita em eleição presidencial

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Por Agência 217 em 29/11/2024 às 02:44:11
Candidato surpreendeu ao liderar 1° turno da eleição, e autoridades denunciam interferência externa. Agência reguladora pede suspensão da plataforma de vídeos, que negou acusação. Ultradireitista romeno Calin Georgescu é fundamentalista cristão ortodoxo, admirador de Putin e de antigos fascistas romenos

Andrei Pungovschi/Getty Images via DW

O Conselho Supremo de Defesa da Romênia (CSAT) acusou nesta quinta-feira (28) a plataforma de vídeos TikTok de ajudar a promover o candidato de extrema direita pró-Rússia Calin Georgescu ao não rotular o conteúdo de sua campanha à Presidência como propaganda política.

Paralelamente, autoridades romenas denunciaram uma tentativa de manipulação do processo eleitoral, e a agência reguladora de telecomunicações do país pediu a suspensão completa da plataforma no país.

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Georgescu, um membro da extrema direita e fundamentalista cristão ortodoxo, admirador do líder russo Vladimir Putin e de antigos fascistas romenos, era praticamente ignorado pelo establishment político e pela mídia tradicional.

Ele, porém, venceu o primeiro turno das eleições sem que as pesquisas notassem seu avanço durante a campanha eleitoral. Segundo os levantamentos, o ultradireitista somava apenas 5% das intenções de voto antes do pleito.

O CSAT – um conselho de segurança liderado pelo presidente romeno, Klaus Iohannis, inclui também os chefes dos serviços secretos, os militares e vários ministros – instou as autoridades policiais e eleitorais a investigarem o caso.

A comissão eleitoral da Romênia instruiu o TikTok a assegurar que os candidatos se identificassem claramente usando códigos que revelam suas fontes de financiamento. A falha da plataforma teria aumentado a visibilidade de Georgescu e dado a ele uma vantagem injusta.

Georgescu concorrerá no segundo turno das eleições contra a liberal-conservadora Elena Lasconi no dia 8 de dezembro.

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Ataques ao processo eleitoral

O gabinete presidencial em Bucareste criticou nesta quinta-feira o fato o TikTok não ter identificado Georgescu como um político em suas postagens na plataforma.

Em nota divulgada após a reunião do CSAT, o gabinete afirmou que o TikTok não respeitou as regras legais que regem o processo eleitoral.

O comunicado menciona ainda a ocorrência de "ataques cibernéticos com o objetivo de influenciar a correção do processo eleitoral" na votação de domingo, assim como "um interesse crescente" por parte da Rússia em "influenciar a agenda pública na sociedade romena".

Agência reguladora pede suspensão do TikTok

Na quarta-feira (27), o vice-diretor do órgão regulador de telecomunicações do país, Ancom, disse que pretendia solicitar a suspensão do TikTok.

"Solicito a suspensão do TikTok no território da Romênia até a conclusão da investigação pelas instituições estatais sobre a manipulação do processo eleitoral do primeiro turno das eleições presidenciais", disse Pavel Popescu.

Ele acrescentou que estava pedindo a suspensão "com base em (...) algumas evidências sobre a manipulação do processo eleitoral pela plataforma".

Tribunal ordena inédita recontagem de votos

O Tribunal Constitucional da Romênia examina duas alegações de fraude eleitoral no primeiro turno das eleições. A corte ordenou nesta quinta-feira uma recontagem dos votos no primeiro turno das eleições para averiguar possíveis irregularidades.

Por unanimidade, os juízes da corte ordenaram que o departamento eleitoral central da Romênia "reverificasse e recontasse todos os votos válidos e inválidos" emitidos na votação de domingo (24). Uma recontagem completa não tem precedentes na história pós-comunista da Romênia.

Ao mesmo tempo, o Tribunal negou um pedido para a anulação do primeiro turno, alegando que o requerimento teria sido enviado após o prazo legal.

O que diz o TikTok

O TikTok negou ter agido para promover a candidatura de Georgescu. "É absolutamente falso alegar que seu perfil recebeu tratamento diferente daqueles dos demais candidatos", afirmou um porta-voz da plataforma.

Fonte: G1

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